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terça-feira, 8 de dezembro de 2015

YALA KUHU EM LUANDA

Perdeu-se o nome da árvore na nomenclatura bakongo mas o facto de a sua sombra ter acolhido várias reuniões, audiências e julgamentos, antecedidos de "boas vindas" ou apresentações introdutórias também designadas por "yala kuhu", a árvore ganhou esse nome.
Dizem os guias museológicos e outros contadores de estórias, ouvidos em Mbanza Kongo, que embora a árvore dê frutos com sementes que germinam, ela não cresce em outro lugar, inexistindo uma réplica adulta da mesma.
Apenas no quintal da residência real do Ntotila, erguida em 1003, se podem ver alguns espécimes com menos de um metro de altura, mas aparentando estarem ameaçadas de morte por insectos que as atacam pelas folhas mais frescas.
Nessa nossa "teimosia", trouxemos a Luanda algumas sementes secas e outras ainda frescas que vamos, no devido tempo, lançar à terra e buscar que germinem e passem à vida adulta.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

A PITANGUEIRA DO MEU QUINTAL

Não se trata de ndungu ya kahombo. São pitangas.
A imagem retrata a primeira colheira da minha pitangueira do quintal.
A semente foi trazida de Catoca, Lunda Sul e já vai dando o ar de sua graça.
No dia 11.11.2015 vi, eu na altitude que permite o autocarro, uma pitangueira grande nas imediações da Praça da República.
Nunca me tinha passado pela cabeça que uma pitangueira podia crescer tanto e ter um caule robusto. O que vi foi um grande arbusto que se confundia com uma árvore.
Oxalá a minha também cresça tanto e dê muitas pitangas.
E constou-me que a pitangueira dá fruta durante todo o ano...

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

A BANANEIRA QUE DÁ PÃO

Sem o cacho com as frutas que  mudam de nome é uma bananeira normal. Caule, folhagens, comportamento perante o vento, verdura, tudo. Uma bananeira como as demais.
Só a fruta é diferente. Mais delgada, mas longa, mais grossa, não se podendo comer sem passar pelo lume, à semelhança da farinha de trigo salgada e fermentada que não deve visitar o estômago sem passar pelo forno.
Aproveitando o feriado, 17 de Setembro, dia do Herói Nacional (Angola) desloquei-me à Comuna do Bom Jesus, município de Icolo e Bengo (Catete), visitar uma casa de parentes que está enlutada. Na ressaca, foram-me oferecidos dois cachos de banana de mesa e uma bananeira cuja fruta, uma vez na mesa, ganha sobrenome de outro alimento.
Serão necessários dois a três anos de paciência para que tenhamos banana pão do quintal.
 

terça-feira, 1 de setembro de 2015

A FRUTA DO MOMENTO

A árvore ainda se apresenta como exemplar raro, senão mesmo único em Luanda, porém as suas deliciosas frutas fazem furor. Todos os dias são levadas frutas ao Ministério de Geologia e Minas pelo autor desta prosa que as oferece aos colegas. A dona de casa tb tem feito o mesmo em relação a seus colegas de uma outra instituição pública ao passo que os meninos, sempre que possível, levam umas cajá-mangas para se exibirem no transporte escolar ou mesmo no colégio. as empregadas, essas dizem nunca terem saboreado algo parecido: sabor de gajaja e textura de manga.
Alguns dos consumidores vão já solicitando a receita de como da semente obter uma planta:
- Comida a polpa, deve pôr a semente a secar, no mínimo uma semana. Depois leve a planta ao solo húmido mas não inundado e não muito fundo para que o contraste a humidade  calor faça a semente germinar. Depois será só cuidado. Não inundar nem deixar de faltar água. as frutas acontecem depois de três a quatro anos, sendo que a polinização é intra. 

sábado, 1 de agosto de 2015

CAJÁ-MANGA

Exemplar de origem brasileira, rara em Angola, encontrei-a em Catoca, Lunda Sul, onde, trazida por um cidadão brasileiro que ali prestou serviço, se pode divisar um exemplar adulto e com frutos, quase sempre.
Desses frutos, que normalmente não são muito disputados pelos nativos  por desconhecerem o gosto e as propriedades vitamínicas da Cajá-manga, recolhi algumas sementes que resultaram na planta que tenho em minha casa, em Luanda.
Na primeira safra, no ano derradeiro, tive apenas quatro frutas, sendo que duas apodreceram na árvore, depois de picadas pelos passarinhos que me visitam todos os dias, uma caiu madura e outra caiu verde.
A árvore, a disputar altura com a jaqueira, está carregada de novas frutas que dão vida ao quintal.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

A VEZ DA JAQUEIRA

Já não há árvore estéril em minha casa.
Colhi uvas, bananas, sape-sape, goiabas, maracujás, pitangas, cajá-manga e amoras.
É chegada a vez da jaqueira, árvore de origem brasileira, trazida em semente por homens que vieram a Angola prestar labor,  mostrar que pode "gerar" jacas.
E, coloca à mostra sete embriões que, aos poucos, vão ganhando forma, depois de terem vencido a etapa de flor.
Se calhar, uma pergunta que pode parecer inusitada:
- Como é feita a polinização inexistindo nas proximidades, em Luanda, outras plantas do género?

segunda-feira, 1 de junho de 2015

OS PARDAIS DA MINHA CASA

Não sei, na verdade, quem chegou primeiro ou quem chamou a quem. Quando cheguei era apenas um descampado cheio de lixo, relva rasteira, sem árvores, abundando moscas, baratas,  ratos, gatos e cães desgovernados.
Os pombos, cegonhas e passarinhos vinham apenas debicar os vermes e arroz que se achava entre o descartado nauseabundo, com os vizinhos a fazerem do espaço seu cemitério de imundície.
Começou a obra de construção e com ela cresceram as árvores frutícolas e decoradoras trazidas da distante Lunda, algumas de origem americana.
Hoje, casa e árvores atingem dez metros, quase, quase. E nelas, os voadores penudos encontram paz e pousio. Desistiram os meninos andrajosos que com fisgas faziam dos passarinhos uns fugitivos permanentes, muitas vezes encurtando-lhes a vida.
Os pardais, inicialmente um casal que havia construído o seu ninho no eucalipto, cresceram para cerca de uma dezena.
No espinheiro que plantei atrás do quintal mas que estende seus galhos e sombra pelo quintal, notabilizam-se dois ninhos que quase voam ao vento sem se desprenderem e, às manhãs, ao nascer do sol, os dois casais e sua prole inundam o silencio matinal com seu chilrear.
Enquanto os pardais adultos buscam por comida, os pardalitos pulam de galho em galho ou de árvore em árvore do meu quintal (encostadas) para endurecer as asas.
E o ambiente fica poluido, desde o alvorecer, com o txi-txi-txi... txe-txe-txe... em saudaçao ao rei sol.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

VAMOS VER

Em balanço...
O kasimbu começou hoje.
A cajá-mangueira largou as primeiras três frutas. A quarta apodreceu madura ainda no topo da árvore. As duas frutas maduras foram rejeitadas pela criançada que não sabia o que era aquilo. A verde foi levada ao Libolo, onde espero que alguém a coma depois de madura, ou no mínimo, o caroço seja colocado ao sol e enterrado para dar vida a uma nova planta.
Na árvore, várias outras frutas ainda verdinhas, da segunda safra.

domingo, 26 de abril de 2015

A MANGUEIRA QUE SUPERA A SOMBRA

No local em que brotou já haviam sido plantadas várias e enterrados vários caroços de manga, um atras de outro, sempre que houvesse insucesso. "desistir é morrer". A persistência  é a nossa marca. Finalmente, não sei se plantada ou semeada, surgiu uma planta que já caminha para atingir os dois metros e superar a barreira da sombra. Se nós persistimos, ela também.
Só faltam as mangas, daqui a mais um ano.

sexta-feira, 20 de março de 2015

A PEREIRA DA MINHA CASA


Trazida do Yeyele, Kwitu, está a vinte dias no vaso e terra firme (duas estacas em Luanda e uma na Pedra Escrita, Lubolu). Os três "implantes" apresentam novas folhas, sinal de que ganharam raízes e vida.
Já havia tentado ter uma pereira em Luanda, por via da semente. A planta germinou mas cresce muito lenta.
Será desta vez que terei uma pereira em casa?

domingo, 1 de fevereiro de 2015

NEM A PRAGA DE INSECTOS NOS PÁRA

As árvores (jaqueira, goiabeira e gajajeira) estão a ser agredidas por uma praga de minúsculos insectos de cor branca, impedindo que nasçam folhas novas saudáveis, mas elas, as árvores, resistem e criam anticorpos. Aos poucos saem dessa aflição.
Enquanto isso, uma nova borracheira está a ser preparada para as traseiras da casa. Aquela procedente da Sanga, Waku Kungu, desapareceu. É no que dá o crescimento urbanístico. Estava plantada no centro do quintal e teve de ceder lugar para a nova viatura. A vontade de ter uma borracheira que me levasse aos tempos da minha infância na Fazenda Hoji-ya-Henda (Libolo) faz-me iniciar uma nova caminhada. Teremos borracheira sim. Já está no vaso. Estava colada a uma parede.
Quem não deixa de dar alegria são os maracujazeiros. substitutos da antiga planta trepadeira que já secou, os novos membros da minha flora já dão frutos e enchem de verde o arame farpado que protege o topo do muro do meu quintal.
Caminhamos no meio de muita adversidade. Por isso, nem mesmo o sol excessivo nem as pragas  nos podem parar! 

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

TENTATIVA

Agora que a chuva já chegou, vamos tentar levar vida à terra.
Mangas de bom tamanho: comer a polpa e aproveitar a semente.
Roseira de boa flor: a estaca já se enraizou no vaso. Vamos coloca-la em terra firme.
Que mais?
Se calhar replicar, para perpetuar a espécie, a videira lá de casa.