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domingo, 8 de agosto de 2021

É MAIS DOCE A MANDIOQUEIRA DO QUE O TUBÉRCULO

Sim. Via minha mãe sofrendo, procurando transformar mandioca amarga em bombô e depois fuba. Plantamos a mandioqueira para, em primeiro lugar, dar kizaka (folhas comestíveis), mas tb dar tubérculos (mandioca) que é comestível cru, fervida e ou transformada em fuba (farinha) com que se confecciona o funji (pasta de mandioca).

A dada altura, pensei:
- O que vale ter mandioqueira que só da kizaka? Vou desactivar essa espécie e plantar uma que dê mandioca doce. - Assim pensei e fiz.
Apercebendo-me da ida do mano Lauriano Tchoia a Nâmbuangongo, pedi:
- Mano, faxavor. Preciso de mandioqueira doce. Nem que sejam 50 cm, desde que germine. Uma estaca bastará para em um ano reproduzir outras.
Nê que o kota cumpriu? Trouxe dois pedaços que reparti em quatro. No dia em que os fui deitar à terra, já não chovia.
Pá e enxada na mão, balde de água, um mais outros, até cumprir a empreitada, desactivei as jovens plantas carregadas de kizaka que exalava um verde que brilhava ao sol de meio-dia e mandioca grossa e amarga.
A minha mãe (embora invisual e dizem "quem não vê não sente muito" pelo que não conheceu) não gostou.
Pediu que não fizesse o mesmo com a estaca que se acha no quintal dela (próximo do meu). Expliquei as razões para a acalmar.
Daqui a um ano, estaremos a cortar os caules, já pujantes, e replicar noutros espaços, o que levará a desactivar também a mandioqueira amarga da casa da Velha Maria Canhanga.
Ao mano Lauriano, digo:
- Valeu teres me oferecido mandioqueira doce. Se fosse mandioca, por mais doce que fosse, não teríamos crônica durante o crescimento. Ainda virão outras sobre a colheita da kizaka e primeira mandioca doce.