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sábado, 4 de dezembro de 2010

A AVÓ CHEGOU...

A moto de 3 rodas ronca cansada, assolada pelo peso que carrega. Na caixa leva macroeira, mandioca, massarocas de milho, ginguba, cana e banana. A velha tinha levado um pouco de tudo para contentar os netos que deixou a um mês e conhecer o mais recente, filho do seu caçula.

Avó chegou: este é o grito da netada sempre que a vêem chegar, vinda do interior onde faz os seus cultivos.
Avó chegou é também o nome que ganharam todas as motorizadas de carroça e três rodas.

E, desta vez, a avó levará de Luanda ao campo mais pés de laranjeiras, tanjerineiras e limoeiros que o papá faz brotar na estufa caseira. Dentro de cinco anos, pode ser que a avó traga também laranjas, limões e tanjerinas.
A avó chegou e diz que a chuva também chegou ao campo para trazer fartura do campo.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

NVULA IEZA, KITANGANA KIÁ KUDIMA

Chegou a chuva. É momento de lavrar a terra.

Homens, mulheres e, sobretudo jovens, mãos à obra!

A minha parte, o meu pedaço de pedra, está a ser lançado neste alicerce que é retirar o nosso país da fome e da dependência externa em termos de comida.

É preciso termos um prato completamente Nacional. 

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A ERA DO AUTO INVESTIMENTO

A primeira colheita (parcial) da mandioqueira resultou em alguns sacos de bombó que embora vendidos a "preço de banana" por se ter encontrado  mercado "inundado"do produto renderam aproximadamente Usd 600. Como ainda há muita mandioca por colher, esperamos que o investimento aplicado ao longo de 3 anos possa ser atingido e com alguma margem de lucro aparente (que não será mais do que a compensação pelos esforços pessoais, não contabilizados, empreendidos pela anciã Maria Canhanaga e por mim).

Foi um misto de espanto e alegria.
"Estamos no bom caminho", embora façamos agricultura apenas como hobbie.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

ENSAIANDO A HORTICULTURA

Para ser honesto nunca passou pela minha cabeça. Apenas o Sr. Luis, o agricultor que a minha mãe contratou para cuidar da lavra, pensou no assunto e fez a primeira experiência.

E tudo começa porque levei em Junho último algumas estacas de citrinos que o Sr. Luis (da Gabela) entendeu plantar junto à ribeira. Desmatou o mato que aquilo era e, mesmo sem caudal de água corrente, fez alguns pequenos poços que já dão para a irrigação manual das plantas e algumas couves e repolhos que plantou no leito úmido.

E como para tudo há uma primeira vez, a brilhante ideia do Sr. Luis motiva-me a pensar numa pequena represa que pode alimetar as necessidades em termos de água no tempo de estiagem. Depois da colheita das couves e repolhos do Sr. Luis cá voltaremos para passar este testemunho.

Quanto à mandioqueira, o campo alarga-se cada vez mais. Está a ser feita a colheita dos primeiros plantios e a "velha" gestora já se encontra em Luanda para comercializar os frutos desta ousadia.

Antes que alguém me pergunte sobre os abacateiros, laranjeiras, bananeiras, limoeiros e tanjarineiras, estes também vcrescem a bom ritmo. Cada uma segundo o seu passo natural. Mas motivam qualquer agricultor que prepara a sombra do amanhã.

terça-feira, 29 de junho de 2010

AGRO- HOBBIE: UMA NOVA APOSTA DA JUVENTUDE

Luanda e as capitais das províncias não são hoje as mesmas cidades que foram há vinte anos. Estão cada vez mais agitadas e com a qualidade de vida degradante, sobretudo para as pessoas de elevada idade que precisem de silêncio, ar puro e ambientes naturais.

Fruto dessas debilidades das capitais e da paz vivida em todo o país, assiste-se hoje ao movimento regressista ao campo de idosos que depois de aposentados procuram por terrenos e casas no interior do país para uma reforma mais cómoda e sem o corre-corre das grandes urbes. Essa procura por uma vida mais sossegada é também acompanhada de perto por alguns jovens atentos que pretendem evitar erros de seus pais e avôs que se esqueceram de "plantar", enquanto jovens, "a sombra do amanhã", estando agora a investir em infraestruturas e plantio aquilo que seria para o desfrute imediato depois de muitos anos de labor. 

Os jovens criam agora, que estão na vida activa, as condições elementares no campo para que quando chegar a idade da reforma não tenham de correr à procura de casa nem de terrenos para agricultar, e vão, aos poucos, comprando ou reavendo terras ancestrais, plantando pomares e outras culturas de médio e longo prazos, bem como erguendo habitações que lhes permitirão usufruir, quando idosos,  de uma reforma no campo mais despreocupada. Nesse último grupo estou também eu metido, tendo como passatempo o que chamo de agro-hobbie.


Luciano Canhanga
http://www.mesumajikuka.blogspot.com/

segunda-feira, 31 de maio de 2010

CESTO CHEIO EM MAIO

Conforme prometido em fevereiro a primeira colheita aconteceu mesmo em maio. Foi um cesto razoável, atendendo ser a primeira colheita. três grandes sacos de bombó, alguns cachos de banana de mesa e banana-pão foi quanto a gestora, Maria Canhanga, pôde, orgulhosamente, mostrar. E foi exactamente no dia do meu aniversário, 25 de Maio.

A banana foi para o estómago e o bombó para o comércio, rendendo algo como Usd 600, descontados os encargos com a transportação da Quinta (no LIbolo) para Luanda.

Os abacateiros estão a uma estação da primeira safra. As laranjeiras, limoeiros, tanjarineiras e mangueiras também crescem a bom ritmo.

É motivo de satisfação. Até porque sempre soube que valia apenas "arriscar" na agro-hobbie.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

SERÁ QUE VALE APENA?

Está prestes a chegar o mês de Maio. Maria Canhanga já disse que vai fazer a colheita de toda a mandioca e aquecer-me o bolso. Estou expectante. Será que valeu o investimento que fui fazendo ao longo desse tempo?
A ver vou/vamos...

sábado, 2 de janeiro de 2010

NATAL COM FILHOS E NETOS


O interior, com os seus ares puros, as caminhadas aos três campos agrícolas que controla, a frescura da alimentação e tudo mais, dá-lhe vitalidade. _ "Vende saúde", costumo desabafar quando me perguntam sobre o estado dela.

O natal é, porém, um momento único. Embora não sejamos católicos decidimos estar juntos, embora dos 5 filhos tenham faltado 2 e dos 16 netos faltado 10. Lá (em Luanda) esteve ela, Maria Canhanga, "exalando outros aromas" ao seu jeito urbano e reunindo forças para outras tarefas ligadas à Agricult'Arte.