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quarta-feira, 30 de junho de 2021

OS "AMIGOS" DO CARDOSO

Conheci a hanga¹ na minha infância, durantes as caçadas no Ryaha. Aos meus olhos de criança, elas eram lindas, muito velozes, esquivas e saborosas quando apanhadas num laço.

Eram poucos os que tinham perícia em apanhá-las. Guardei na memória o desejo de ter uma delas um dia quando crescesse.
Comprei as primeiras cinco galinhas-do-mato na Huila, em Dezembro de 2020. Três morreram em momentos distintos e uma sobreviveu.
Às galinhas de Angola, como são designadas pelos brasileiros, vou juntando as de kimbundu², também registando mortes e paciência em repor as perdas e aumentar a quantidade. Tinha tb uma avecuca³ que não chegou a dar em cabidela por se ter antecipado a morrer.
De volta à Huila, em Abril último, comprei outras três hanga (fêmeas) que juntei ao macho sobrevivo (aquele escondido atrás do pilar).
Vindo de Benguela, Moh Canhanga ofereceu-me uma galinha de umbundu⁴ que fui juntar ao galináceo.
A minha maior surpresa foi ver o Cardoso, um dos jovens que constroem a www.kamemesa.com, alimentar as aves colocando a ração na palama da sua mão. Parecia que os animais conversavam com ele, envolvendo-se em grande amizade.
Diz o Cardoso que os animais seguem-no sempre que o veem passar.
¹- Galinha-do-mato.
²- Galinha doméstica (gentia) da região ambundu.
³ Galinha criada em aviário de produção intensiva.
⁴ Galinha gentia da região ovimbundu.