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segunda-feira, 1 de junho de 2015

OS PARDAIS DA MINHA CASA

Não sei, na verdade, quem chegou primeiro ou quem chamou a quem. Quando cheguei era apenas um descampado cheio de lixo, relva rasteira, sem árvores, abundando moscas, baratas,  ratos, gatos e cães desgovernados.
Os pombos, cegonhas e passarinhos vinham apenas debicar os vermes e arroz que se achava entre o descartado nauseabundo, com os vizinhos a fazerem do espaço seu cemitério de imundície.
Começou a obra de construção e com ela cresceram as árvores frutícolas e decoradoras trazidas da distante Lunda, algumas de origem americana.
Hoje, casa e árvores atingem dez metros, quase, quase. E nelas, os voadores penudos encontram paz e pousio. Desistiram os meninos andrajosos que com fisgas faziam dos passarinhos uns fugitivos permanentes, muitas vezes encurtando-lhes a vida.
Os pardais, inicialmente um casal que havia construído o seu ninho no eucalipto, cresceram para cerca de uma dezena.
No espinheiro que plantei atrás do quintal mas que estende seus galhos e sombra pelo quintal, notabilizam-se dois ninhos que quase voam ao vento sem se desprenderem e, às manhãs, ao nascer do sol, os dois casais e sua prole inundam o silencio matinal com seu chilrear.
Enquanto os pardais adultos buscam por comida, os pardalitos pulam de galho em galho ou de árvore em árvore do meu quintal (encostadas) para endurecer as asas.
E o ambiente fica poluido, desde o alvorecer, com o txi-txi-txi... txe-txe-txe... em saudaçao ao rei sol.