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segunda-feira, 17 de junho de 2024

LONGESO¹

 

Desde que o "Jornal de Sábado" foi ao Wambu fazer e transmitir as notícias daquele dia, a partir de Mbalundu, que o longeso passou a ser assunto (digno) de comentários e "interesse nacional, sobretudo por parte dos adyakime².

Quando pequeno, nas hortas do Limbe³ e, mais tarde, de Kalulu, sempre que desbravasse a terra, surgiam pequenos tubérculos saídos quase que do nada. Pequenos, comparados a grãos de jinguba⁴, nunca tinham desperto a nossa atenção, salvo raras excepções de alguns mais velhos que, à escondida os lavavam e experimentavam, sempre longe de nossos olhares.

Foi depois da RNA ter, em crónica, anunciado que "Mbalundu era o único município do país onde se podia encontrar os [super-afrodisíacos] longeso" que comecei a rebobinar a minha longa metragem de recordações até chegar a ele.

Bem atrás de minha casa, em Viana, está a centenária Lagoa de Terembembe aonde os homens canalizam, hoje, todas as águas pluviais e urbanas de Viana. Onde haja água e terra há longeso ou cyperus rutundus!


Quem quiser comprar, pode procurar-me para ganhar (como dizem no Huambo) a "capacidade metralhadora" e de "produção gemelar" múltipla. Tenho uma honga⁵ de longeso.


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¹ cyperus rutundus. Tubérculo de uma herbácea cujas folhas se podem confundir com as de alheiro, presente nas zonas baixas e ribeirinhas.

² Mais velhos (Kimbundu).

³ Aldeia (extinta) da comuna da Munenga, ficava a dois Km da actual Pedra Escrita, na EN120.

⁴ Amendoim.

⁵ Lavra em terreno plano e ou baixo. Horta.

1 comentário:

  1. Essa planta é conhecida no Brasil como tiririca, e considerada uma erva daninha. Não sabia que podia ser comestível.

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