Translate

terça-feira, 1 de julho de 2025

ALECRIM

"Alecrim, aleceim dourado que nasceu no campo sem ser semeado..." Rosmarinus officinalis. Esse nome diz-lhe algo? O meu primeiro contacro com o nome terá sido em 1984 ou 85 na EBF - Escola Bíblica de Férias - na Igreja Metodista Unida. Embora cantasse eufórico e me lembre da canção até hoje, não sabia o que era, nem para que servia, até que passei a estudar as plantas da minha infancia, da minha horta e do meu imaginário.

Alecrim, (Rosmarinus officinalis de nome científico) é uma erva aromática originária da região do Mediterrâneo, porém cultivado em muitas partes do mundo devido à sua adaptabilidade a diferentes climas. É geralmente cultivado em áreas com climas quentes e secos, como o Mediterrâneo, sul da Europa, norte de África, Califórnia e partes da América do Sul.

O alecrim é amplamente utilizado na culinária devido ao seu sabor e aroma distintos, sendo uma erva versátil que complementa uma variedade de pratos, desde carnes até legumes e pães. Além disso, possui benefícios medicinais, incluindo propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e estimulantes do sistema imunológico. Pode ser usado também em produtos de cuidados pessoais, como óleos essenciais e shampoos, devido às suas propriedades aromáticas e terapêuticas.

Temos um exemplar que se mostra ter adapatado ao solo e clima vianense.

terça-feira, 17 de junho de 2025

A GAJAJEIRA

A estória do "xixi que me atrasou seis anos" está ligada à da minha ligação afectiva à gajaja.

Quem passa pela Pousada do Nagana Mbubdu (Walter Kruk), também conhecida como Pousada da Mukonga, na EN 120, comuna da Munenga, Lubolu, ainda encontra a gajajeira que oferecia sombra aos vários passageiros das carreiras da Viriatos, EVA, ETP e ETIM, nos anos setenta e oitenta do século passado.

Naquela que seria e minha primeira viagem a Luanda (1978), anulada por causa de um maldito xixi nos calções, tínhamos chegado (minha mãe e eu) até ao Ngana Mbundu para apanhar um machimbombo até Luanda, tive o contacto mais directo com a árvore e suas frutas.

Já tinha, antes, provado o sabor doce e ácido da gajaja, mas nunca tinha desfrutado de forma intensa do seu cheiro característico e de sua sombra. Tenho hoje a gajajaeira como uma de minhas árvores de eleição e que tenho tentado (ainda sem logro) ter em casa.


A gajajeira é uma planta tropical, também conhecida como cajazeira e tem o nome científico de Spondias mombin. Originária da América tropical, é comumente encontrada em áreas tropicais da América Central e do Sul, incluindo a África Tropical. A gajajeira prospera em climas quentes e húmidos, preferindo temperaturas entre 25°C e 35°C e requer uma estação seca bem definida (como o nosso cassimbo) para a frutificação. A gajajeira é adaptável a uma variedade de solos, desde que sejam bem drenados.

A gajajeira pode adaptar-se bem ao clima de Luanda,  desde que receba os cuidados adequados e esteja protegida contra geadas e ventos fortes que podem prejudicar o seu crescimento. Por isso mesmo, plantámos (estaquia) três emplares, no Zango e Vila de Viana, que esperamos venham a germinar.

A fruta, gajaja, tem diversas utilidades, sendo consumidos frescos, usados na produção de sucos, geleias e sorvetes, e também são frequentemente utilizados na produção de doces e licores. Além disso, as suas folhas são utilizadas na medicina popular para o tratamento de diversas condições, como diarreia e inflamações.9

Os benefícios para o homem incluem o fornecimento de uma fonte de alimento nutritivo, rico em vitaminas A e C, além de minerais como cálcio, fósforo e ferro. A gajaja também é importante para a economia local, proporcionando renda para agricultores e contribuindo para a diversificação da produção agrícola. Além disso, o cultivo da gajajeira pode ajudar na preservação ambiental, já que a árvore pode ser utilizada para restauração de áreas degradadas e contribuir para a manutenção da biodiversidade.

sábado, 31 de maio de 2025

O MANJERICÃO

O nome sempre me soou bem. As mulheres que gostam de cozinhar e os chefes nos hoteis têm-no sempre à mão. Porém, custou tê-lo em casa, até que, passando por uma local turístico na Konda, Kwanza-Sul, pode obter um pequeno ramo que cuidei durante três dias de viagem para que chegasse vivo. Sob cuidados especiais, a erva adaptou-se ao clima e solo do Zango IV, estando a expandir-se com ramos já "emprestados" entre Viana e Prenda.


O manjericão é uma erva aromática bastante versátil e adaptável. Prefere temperaturas quentes e solos bem drenados. Dado que Luanda possui um clima tropical húmido, o manjericão pode prosperar bem, desde que receba bastante luz solar e seja regado regularmente, evitando encharcamento do solo.

O manjericão é amplamente utilizado na culinária para adicionar sabor e aroma aos pratos, especialmente em molhos, saladas, massas e pratos à base de tomate. Além disso, o manjericão também tem propriedades medicinais, sendo utilizado na medicina tradicional para tratar problemas digestivos, inflamações e até mesmo como repelente de insetos.

Entre os benefícios do manjericão, destacam-se suas propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e antibacterianas, que podem ajudar a promover a saúde geral do corpo e fortalecer o sistema imunológico. Além disso, seu aroma pode ajudar a reduzir o estresse e promover uma sensação de calma e relaxamento.

Quer tentar? Basta um vaso com terra humificada, bem drenado e exposto à luz.

sexta-feira, 16 de maio de 2025

A MUNGUBA OU CASTANHEIRA


Às vezes a encontramos em casas e fazendas (mais) como árvore decorativa, usada para matar a saudade ou marcar o engodo por plantas raras. De minhas largas caminhadas por cidades, vilas e fazendas não a encontrei (ainda) plantada em grande escala e com aproveitamento económico, embora seja uma planta facilmente adaptável aos climas angolanos e que, se plantada em quantidade, pode proporcionar boas colheitas com destino o mercado. Acompanhe a descrição:

Também conhecida como castanha-do-marajó, a munguba (pachira aquatica, de nome científico) é uma árvore nativa da Amazônia, pertencente à família das Bombacáceas. A semente da munguba é comestível e possui um sabor semelhante ao da castanha, daí o seu nome alternativo "castanha-do-pará". Ela é utilizada na culinária regional e também na produção de óleos e cosméticos. Além disso, a madeira da árvore é utilizada na fabricação de móveis e embarcações.

A munguba oferece diversos benefícios para os seres humanos, tais como:

1. As sementes da munguba são ricas em proteínas, fibras e gorduras saudáveis, fornecendo nutrientes essenciais para o corpo humano.

2. Devido ao seu teor de gorduras saudáveis, as sementes de munguba podem fornecer energia sustentada ao longo do dia.

3. As gorduras presentes nas sementes da munguba, como os ácidos graxos insaturados, podem ajudar a promover a saúde cardiovascular, reduzindo o risco de doenças cardíacas.

4. A munguba contém compostos antioxidantes que ajudam a combater os danos causados pelos radicais livres no corpo, contribuindo para a saúde celular e o envelhecimento saudável.

5. O óleo extraído das sementes da munguba é rico em ácidos graxos essenciais e vitaminas que ajudam a manter a saúde da pele e do cabelo, podendo ser usado em produtos cosméticos.

6. As sementes da munguba são uma boa fonte de fibras, que são importantes para a saúde digestiva, ajudando na regulação do trânsito intestinal e na prevenção de problemas como a constipação.

7. Em algumas culturas, a munguba é usada na medicina tradicional para tratar uma variedade de condições, como problemas digestivos, inflamações e infecções.

Embora a munguba ofereça diversos benefícios à saúde, deve ser consumida com moderação e como parte de uma dieta equilibrada.

A planta prospera em climas tropicais húmidos, preferencialmente onde haja temperaturas elevadas e chuvas bem distribuídas ao longo do ano, como as florestas tropicais. Os solos, embora húmidos devem estar drenados.

A árvore de munguba começa a produzir sementes comestíveis entre 4 a 8 anos de idade, dependendo do tipo de clima, solo e tratamento. Possuindo Luanda um clima tropical húmido, com temperaturas elevadas ao longo do ano e uma estação chuvosa bem definida, a planta desenvolve-se com facilidade e pode entrar em produção precocemente.

Possuo uma castanheira (mungubeira) no Zango IV que entrou em produção em menos de 3 anos de plantio. Se quiser seguir-me o exemplo, atenda ao seguinte:

Certifique-se de que o solo esteja bem drenado e rico em matéria orgânica. A munguba prefere solos férteis e profundos.

A mungubeira tolera períodos curtos de seca. Porém, é importante irrigá-la adequadamente durante os períodos de estiagem prolongada, sobretudo nos primeiros anos de crescimento.

A planta jovem é sensível a ventos fortes. Plante as mudas em áreas protegidas ou use quebra-ventos para reduzir os danos causados pelo vento.

Faça o controle de pragas para detectar sinais de infestação e, se tal acontecer, use inseticidas ou fungicidas.

Fertilize a planta regularmente com adubos orgânicos ou químicos balanceados para promover um crescimento saudável e uma boa produção de frutos.

Realize podas regulares para remover galhos secos ou danificados, promovendo o crescimento vigoroso da planta.

=

Publicado no JE&F de 29.03.24

sábado, 3 de maio de 2025

MANGUSTÃO

É uma fruta tropical conhecida e admirada pelo seu sabor doce e levemente ácido. É originária do Sudeste Asiático e popular em muitas regiões tropicais do mundo, embora não muto conhecida em Angola.

O mangustão tem uma casca roxa espessa e dura. A sua polpa é branca, suculenta e dividida em segmentos. A fruta é, muitas vezes, chamada de "rainha das frutas" devido ao seu sabor delicado e propriedades nutritivas. Além disso, o mangustão é rico em antioxidantes, vitaminas e minerais.
Procedente da China, a caminho de Luanda, a minha colega Lídia Lopes provocou-me, num dos hotéis de Dubai em que tomávamos o pequeno-almoço a provar o mangustão.
Em princípio, a minha resposta tendia para o "não", tendo sido convencido pela réplica dela quando a perguntei se "a fruta tinha sementes". Provei a fruta e levei algumas sementes no bolso, andando perdidas meses na mala. Descobertas, levei-as a um vaso e tenho uma muda de mangustão que, se chegar à vida adulta, terá (no meu pequeno pomar caseiro) o nome dela. Lídia!
Para o bom desenvolvimento e produtividade do mangustão, são essenciais os seguintes fatores ambientais:

Clima: tropical quente e húmido. Requer temperaturas entre 25°C e 35°C e não tolera geadas ou temperaturas abaixo de 4°C.

Precipitação: a planta necessita de alta umidade e uma precipitação anual entre 1.500 mm e 2.500 mm, distribuída ao longo do ano. Humidade constante é crucial, especialmente durante os primeiros anos de crescimento.

Solo: os ideais são os profundos, ricos em matéria orgânica e bem drenados. O pH do solo deve estar entre 5,5 e 6,8. Solos muito argilosos ou arenosos devem ser evitados.

Sombreamento: o mangustão precisa de sombreamento parcial nos primeiros anos de vida. Árvores mais maduras podem tolerar pleno sol, mas sombra moderada pode ser benéfica.

Espaçamento e poda: as árvores precisam de espaço suficiente para crescer, com espaçamento de aproximadamente 8 a10 metros entre elas. A poda regular ajuda a manter a forma da árvore e a promover a circulação de ar.

Drenagem: a drenagem adequada é essencial para evitar a podridão das raízes, uma vez que o mangustão é sensível ao encharcamento.

Manutenção: rega regular, controle de pragas e doenças, além da adubação adequada, são práticas cruciais para garantir a saúde e a produtividade da planta.

Com esses cuidados, o mangustão pode desenvolver-se bem em Angola, produzindo frutos de alta qualidade.
Eu estou a tentar e você também pode!

sexta-feira, 25 de abril de 2025

UMA JABUTICABEIRA EM VIANA

Em 2020 ganhámos duas jabuticabeiras que haviam sido plantadas no parque da Kam&mesa, no Zango IV. Quando decidi criar galinhas-do-mato", Numida meleagris, como animais de estimação, essas provaram a seiva das árvores, ainda jovens, e debicaram a casca toda, provocando a seca das plantas. É que a "vida da planta" circula pela casca e não pelo tronco.

A Jabuticabeira é uma planta típica do Brasil, originária da Mata Atlântica. A fruta, jabuticaba, cresce diretamente no tronco e nos galhos da árvore e tem uma casca escura e uma polpa branca ou rosada, com sabor adocicado e levemente ácido. É muito apreciada in natura, em sumos, geleias e licores.

A jabuticabeira adapta-se a diferentes tipos de solo e climas, desde que não sejam extremamente frios. Luanda, com o seu clima tropical húmido, pode proporcionar um ambiente favorável para o cultivo da jabuticabeira.

Geralmente, a jabuticabeira plantada a partir de semente leva de 5 a 10 anos para começar a frutificar. No entanto, o período pode variar dependendo das condições de cultivo e do tipo de jabuticabeira.

Os benefícios da jabuticaba para o homem incluem:

1. Rica em antioxidantes: A jabuticaba é uma excelente fonte de antioxidantes, que ajudam a combater os danos causados pelos radicais livres no corpo.

2. Fonte de vitaminas e minerais: É rica em vitamina C, vitamina A, potássio, ferro e cálcio, que são nutrientes essenciais para a saúde.

3. Auxilia na saúde cardiovascular: Seu consumo regular pode ajudar a reduzir o colesterol ruim (LDL) e aumentar o colesterol bom (HDL), além de contribuir para a saúde do coração.

4. Fortalece o sistema imunológico: Devido ao seu alto teor de vitamina C, a jabuticaba pode fortalecer o sistema imunológico, ajudando o corpo a combater infecções e doenças.

5. Ação anti-inflamatória: Alguns estudos sugerem que os compostos presentes na jabuticaba possuem propriedades anti-inflamatórias, podendo ajudar no alívio de inflamações no corpo.

No entanto, é importante consumir a jabuticaba com moderação, pois ela também contém açúcar naturalmente presente na fruta.

=

Publicado a 12 de Julho de 2024 pelo JE&F

sexta-feira, 4 de abril de 2025

BAMBU

Em 2007 "comprei" uma parcela de terra no bairro Vila Nova, em Viana (Luanda) que apresentava propensão para enravinamento , pois está situando à beira da vala que conduz as águas pluviais e urbanas (de Viana) à Lagoa de Terembembe.

Conhecendo as propriedades estabilizadoras de solos do bambu, decidi levar de Catoca, Lunda Sul, uma porção de mais ou menos 40 centímetros em uma mochila que, sob cuidados de rega, germinou e se está a reproduzir em grande escala, sendo "resgatário" de vizinhos e outros interessados em estabilizar solos ou formar uma cortina contra poeiras e ventos.

O bambu é uma planta de origem asiática, conhecida por suas propriedades versáteis e sustentáveis. A Sua importância na estabilização de solos e na criação de ambientes propícios para o crescimento está relacionada a vários fatores:
1. Raízes robustas: O sistema radicular do bambu é extenso e eficaz na prevenção da erosão do solo. As raízes ajudam a estabilizar encostas e margens de rios, reduzindo os riscos de deslizamentos de terra.
2. Crescimento rápido: O bambu é uma planta de crescimento rápido, o que o torna uma escolha eficaz para a rápida cobertura do solo e a proteção contra a erosão. Sua capacidade de regeneração é notável.
3. Fixação de carbono: O bambu é uma cultura eficiente na fixação de carbono atmosférico. O rápido crescimento e a absorção de dióxido de carbono contribuem para a redução dos gases de efeito estufa.
4. Material de construção sustentável: Além de suas propriedades no ambiente natural, o bambu é valorizado como um material de construção sustentável. Sua resistência e leveza tornam-no adequado para uma variedade de aplicações, desde construções simples até estruturas mais elaboradas.
5. Biodiversidade: O cultivo de bambu pode promover a biodiversidade, oferecendo habitats para várias espécies. Suas folhas caídas podem enriquecer o solo, contribuindo para um ecossistema equilibrado.
Ao utilizar o bambu para a estabilização de solos, plantio de cortinas corta-vento ou para promover um ambiente propício para o crescimento, os benefícios ambientais e sustentáveis são evidentes. Tente.

domingo, 16 de março de 2025

A BANANA ROXA

Sempre que procuro reavivar memórias de Kitumbulu, fazenda de meu avô paterno, onde vivi da nascença aos 4 anos, uma das imagens que sempre chegou à frente das outras é a da bananeira roxa. Aos olhos de então (garoto de 4 anos), a bananeira roxa parecia infindável e única/distinta naquela horta em que o meu pai escondia as bananas debaixo das folhas secas e nos metíamos a farejar para encontrar as bananas maduras com que nos deliciávamos até que "não houvesse mais barriga".

No meu imaginário de menino, a singularidade da banana roxa rivalizava apenas com a árvore (enxertada) que produzia laranjas e goiabas. Saber enxertar é, ainda, um de meus desideratos.

Voltemos à banana roxa. Sempre quis ter uma amostra da bananeira, quer quando vivia no Lubolu, quer em Luanda.

Oferecida por Fragata de Morais

Descobri, por via das interações que as redes sociais facilitam, aperceber-me que o mais velho Fragata de Morais tinha a espécie em sua casa, no istmo de Luanda. Palavras mais palavras, e como temos a literatura e a União dos Escritores em comum, lá o mwadyakime convidou-me para visitá-lo, acompanhado de uma raridade (plantas) que tenho, a fim de me ofertar um pé de bananeira roxa.

Recebi-a um "botãozito", mas já exibiu 5 novas folhas em quase um mês.

A banana roxa (ou banana vermelha) é uma variedade que se distingue pela cor da casca, que varia de vermelho a roxo. É originária do sudeste asiático, mas actualmente é cultivada em várias regiões tropicais do mundo, incluindo Angola.


As condições ideais para o seu cultivo incluem:

- Clima tropical e subtropical, necessitando de temperaturas quentes, geralmente entre 20°C e 30°C.

- Solo bem drenado e fértil, preferencialmente ricos em matéria orgânica e com boa drenagem.

- Quanto à água, requer irrigação adequada, com solo mantido constantemente húmido, mas não encharcado.

- Demanda luz solar, pois a bananeira roxa cresce melhor em áreas com luz solar directa, mas também pode tolerar sombra parcial.

Os benefícios para o as saúdes do homem incluem:

- Riqueza em nutrientes: contêm vitaminas C e B6, fibras, potássio e antioxidantes.

- Propriedades antioxidantes: a cor roxa indica a presença de antocianinas que ajudam a combater os radicais livres no corpo.

- Digestão: o alto teor de fibras auxilia na digestão e promove a saúde intestinal.

- Energia: como outras variedades de banana, fornecem uma boa fonte de energia rápida devido ao seu conteúdo de carboidratos.

Luanda, capital de Angola, possui um clima tropical semi-árido, com temperatura média anual entre 24°C e 30°C, estação seca e estação chuvosa, chuva concentrada nos meses de março e abril, com uma estação seca prolongada.

Dado o clima tropical e as temperaturas adequadas de Luanda, é possível cultivar bananas roxas com bons resultados, desde que sejam tomadas precauções como:

- Irrigação durante a estação seca, implementando um sistema de irrigação para garantir que as plantas recebam água suficiente durante o período seco.

- Garantir que o solo seja bem drenado e enriquecido com matéria orgânica para proporcionar os nutrientes necessários às plantas.

Se essas condições forem atendidas, a banana roxa pode ser cultivada com sucesso em Luanda, oferecendo uma alternativa nutricionalmente rica e diversificada para a população local.

quarta-feira, 5 de março de 2025

MANGA

É originária do sul da Ásia, com registos de cultivo na Índia e no sudeste asiático há milhares de anos. Actualmente, é cultivada em regiões tropicais e subtropicais em muitas partes do mundo.

O consumo de manga pode trazer vários benefícios à saúde devido à sua riqueza em nutrientes. Aqui estão alguns benefícios associados ao consumo de mangas: 1. Vitaminas e Antioxidantes: Mangas são ricas em vitaminas A, C e E, bem como em antioxidantes, contribuindo para a saúde celular e combatendo o estresse oxidativo. 2. Saúde Ocular: A vitamina A presente nas mangas é essencial para a saúde dos olhos e pode ajudar na prevenção de problemas oculares. 3. Digestão saudável: A fibra dietética nas mangas pode auxiliar na digestão e promover a regularidade intestinal. 4. Hidratação: Devido ao seu alto teor de água, as mangas ajudam na hidratação do corpo. 5. Saúde da pele: Os antioxidantes presentes nas mangas podem contribuir para a saúde da pele, ajudando na redução de danos causados pelos radicais livres.

O tempo para uma mangueira começar a produzir frutas pode variar. Em condições ideais, pode levar de 2 a 4 anos para que uma árvore jovem comece a dar frutos. No entanto, a produção completa geralmente ocorre alguns anos depois.
A manga prospera em climas tropicais e subtropicais, com temperaturas quentes. Ela requer uma estação seca para estimular a floração e uma estação chuvosa para garantir um bom desenvolvimento dos frutos. Solo bem drenado é essencial.
Temo-la em Viana e Zango IV (Luanda).

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

TENTANDO CARAMBOLA EM LUANDA

Depois de duas tentativas em trazer de Cabinda uma artocarpus altilis (fruta pão), desta vez trouxe uma carambola, cujas sementes estão no "sequeiro" para as levar ao vaso e esperar que rebentem algumas plantinhas como aconteceu com as sementes de mangustão trazidas do Dubai.

O nome científico da carambola é Averrhoa carambola e é originária do sudeste da Ásia, especialmente da Índia, Sri Lanka e Malásia, preferindo solos férteis, bem drenados e ligeiramente ácidos, com pH entre 5,5 e 6,5. A carambola adapta-se bem a climas tropicais e subtropicais, com temperaturas médias entre 25°C e 30°C. Requer alta humidade relativa e precipitação anual entre 1.200 e 2.500 mm.

Bem, eu vivo e pretendo ter carambolas em Luanda cujo clima é tropical quente e húmido que se mostra favorável para o cultivo da planta. Todavia, para ter sucesso, caso consiga ter umas plantinhas, a irrigação será necessária durante períodos de seca para garantir um bom desenvolvimento das plantas, visto que a carambola não é muito resistente à estiagem prolongada. Por outro lado, a falta de água pode prejudicar o desenvolvimento dos frutos e a saúde da planta.

Cuidados a observar passam por:

- Manter o solo húmido, especialmente durante a floração e frutificação.

- Realizar podas regulares para remover galhos secos ou doentes e estimular a produção de frutos.

- Aplicar adubos orgânicos e fertilizantes ricos em nitrogênio, fósforo e potássio (NPK).

- Controlar a presença de pragas como moscas-das-frutas e aplicar métodos de controle biológico ou químico quando necessário.

A carambola é rica em vitamina C, antioxidantes, fibras dietéticas e minerais como potássio e magnésio.

Ajuda no fortalecimento do sistema imunológico, melhora a digestão, e contribui para a saúde cardiovascular. Pode ser consumida fresca ou usada em sumos, saladas, sobremesas e pratos salgados devido ao seu sabor doce e levemente ácido. Contendo baixo teor calórico, é óptima opção para dietas de baixa caloria.

A carambola é uma fruta versátil, com diversos benefícios para a saúde e adaptável a diferentes condições de cultivo, tornando-se uma excelente adição a pomares em regiões tropicais como Luanda. Você também pode tentar e, quiçá, partilhar resultados.

=

Publicado pelo JE&F a 09 e 30 de Agosto de 2024

terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

OLIVEIRA

Cientificamente Olea europaea, a oliveira é uma árvore nativa da região do Mediterrâneo, sendo historicamente cultivada em países como Grécia, Itália, Espanha e outras nações da bacia do Mediterrâneo. Ela é conhecida principalmente pela produção de azeitonas, que são amplamente utilizadas para a extração de azeite de oliva.

Em ambiente adequado, geralmente, as oliveiras começam a produzir frutas entre 3 a 8 anos após o plantio, dependendo das condições de cultivo e da variedade da oliveira. A produção aumenta com a idade da árvore, atingindo o pico em certa maturidade.
Os benefícios e utilidades da oliveira são diversos:
Jamelão (falsa oliveira)

1. Azeite de oliva: A principal utilidade da oliveira é a produção de azeite de oliva, um óleo saudável amplamente utilizado na culinária.
2. Azeitonas: As azeitonas são consumidas diretamente, após serem processadas para remover compostos amargos.
3. Madeira: A madeira da oliveira é valiosa e é utilizada na produção de artigos de madeira de alta qualidade.
4. Benefícios para a saúde: O azeite de oliva é conhecido por seus benefícios para a saúde, sendo uma fonte de gorduras monoinsaturadas e antioxidantes, associados a melhorias na saúde cardiovascular e outros benefícios.
5. Cultivo ornamental: Em algumas regiões, as oliveiras também são cultivadas como árvores ornamentais devido à sua beleza e resistência.
Além disso, a oliveira desempenha um papel importante na paisagem e economia das regiões onde é cultivada, contribuindo para a sustentabilidade e preservação do meio ambiente.
As oliveiras são conhecidas por sua longevidade impressionante. Em condições ideais de cultivo, uma oliveira pode viver por vários séculos. Algumas oliveiras antigas na região do Mediterrâneo têm registos de idade superiores a mil anos. A capacidade de sobreviver e prosperar por tanto tempo é uma característica marcante das oliveiras, e elas podem continuar a produzir azeitonas ao longo de suas vidas longas. O cuidado adequado, como a poda e o manejo adequado do solo, pode contribuir para a saúde e longevidade dessas árvores.
Luanda tem um clima tropical húmido com uma estação seca, caracterizado por temperaturas elevadas e chuvas sazonais. Para o cultivo de oliveiras em Luanda, é aconselhável escolher variedades adaptadas a climas tropicais e que possam lidar com temperaturas mais elevadas. Algumas variedades que podem ser consideradas para o cultivo em climas tropicais incluem: Arbequina, Arbosana, Koroneiki e Picholine.
Para garantir o sucesso do cultivo em condições específicas de Luanda. Recomenda-se consultar especialistas ou agrónomos.
Temo-la no Zango IV, em Luanda.

domingo, 26 de janeiro de 2025

O NDUNGU SENGESA

A expressão sengesa  (Kimbundu do Lubolu) refere-se, em português, a algo que pode criar divórcio ou separação. 

O ndungu (singular de jindungu) kahombo (ka=diminutivo e hombo=cabrito) é chamado, em algumas partes do Lubolu sengesa.

Perguntei em uma superfície comercial quanto custava um quilograma de sengesa e a resposta foi "perto de mil kwanzas".

_ Tudo isso?! _ Retorqui.

Fiquei a pensar nas sementes do kahombo que dispensamos, nos vasos cheios de plantas não comestíveis que muitos têm em suas casas e nos canteiros e terrenos cheios de nada.

_ Que tal passarmos a plantar kahombo (sengesa) em nossas casas para o gáudio de nossos olhos e bolsos?

Bem, o jindungu, também conhecido como piri-piri, é uma pimenta de formato oblongo e sabor muito picante, amplamente utilizada na culinária angolana para realçar o sabor de pratos típicos, como a mwamba e a caldeirada de peixe. Além de tempero, o jindungu possui benefícios à saúde.

A sua substância química, a capsaicina, activa receptores sensíveis na língua e na boca, liberando endorfinas e proporcionando uma sensação de bem-estar. Estudos também mostram sua acção antioxidante e antienvelhecimento. Quanto às condições para o seu cultivo, o jindungu prefere solos bem drenados e climas quentes. 

Diz a literatura consultada que "a pimenta é originária da América do Sul, mais precisamente das regiões que correspondem ao México, Guatemala e Honduras, tendo sido domesticada na região do México por volta de 2500 A.C. e, graças às viagens de Cristóvão Colombo, sementes de Capsicum annuum foram levadas para as colónias da Espanha e Portugal.

Há várias espécies de ndungu desde domesticadas a exemplo de "ndungu y'olakata" e selvagens. "Ndungu yi ñana" (ndungu de macacos) é uma espécie selvagem que abunda as florestas do Lubolu.

O nome científico da pimenta varia de acordo com a espécie. Por exemplo, a pimenta dedo de moça tem o nome científico Capsicum baccatum. Quanto aos tipos de solo, cada um influencia o cultivo de diferentes maneiras:

Solo arenoso: adequado para o plantio precoce, pois aquece rapidamente após o inverno. No entanto, é menos propenso à erosão e pode ser ácido, afectando o crescimento de algumas plantas.

Solo argiloso: retém bem a humidade e é ideal para plantas que gostam de humidade. É frequentemente alcalino, o que impede algumas plantas de obter todos os nutrientes necessários.

Solo húmico: rico em matéria orgânica, é fértil e adequado para várias culturas. É mais comum em regiões tropicais.

Solo calcário: possui alto teor de cálcio e é favorável para algumas plantas, como a videira.

Quanto ao clima, a pimenta prefere climas quentes e solos bem drenados. Embora Luanda, tenha clima tropical, é possível cultivá-la e ter resultados, sendo importante escolher o solo adequado e cuidar das condições de cultivo.

=

Publicado pelo JE&F a 23 de Agosto de 2024

domingo, 12 de janeiro de 2025

A BANANA-PÃO

Também conhecida como banana-da-terra, é originária do sudeste asiático. Ela é uma excelente fonte de potássio, fibras e vitaminas. Os seus benefícios incluem a promoção da saúde cardíaca, regulação do sistema digestivo e fornecimento de energia devido aos seus carboidratos naturais. Além disso, contém nutrientes como vitamina C, vitamina B6 e manganês.

A banana-pão é geralmente adaptável a uma variedade de solos, incluindo aqueles encontrados em Luanda. Prefere solos bem drenados e ricos em matéria orgânica. É cultivada em várias regiões tropicais e subtropicais ao redor do mundo.
A banana-pão é uma das maiores variedades de banana, com uma casca espessa e polpa firme, sendo uma escolha popular em muitas cozinhas, especialmente em países da América Latina, África e Ásia. A expansão do cultivo da banana-pão ocorreu devido à sua adaptabilidade a climas quentes e húmidos. Ela é consumida de diversas maneiras, desde cozida até frita, e é uma fonte significativa de carboidratos, potássio e outras vitaminas e minerais.
Certifique-se de proporcionar boa irrigação e um ambiente quente, pois a banana-pão prospera em climas tropicais. Antes de iniciar o cultivo, pode ser útil realizar uma análise do solo para garantir que ele atenda às necessidades específicas dessa planta
Temo-la em Viana, Luanda.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

O CUMBO |1|

"O cumbo é, segundo Moisés Malumbo, a menor unidade agrícola familiar entre os ovimbundu, algo também aplicável aos ambundu, cuja família etnolinguística pertenço.

Na escala ascendente, Malumbo coloca: 
a) cumbo (à volta de casa) onde se colhe a verdura imediata;

b) naka (perto, à meia distância de casa) onde se cultivam hortaliças, legumes e tubérculos. A naka é equivalente à zona baixa ou sob regadio.

c) épya (à distância razoável de casa) onde se cultivam bens de consumo permanente e excedentes para permuta e/ou venda.

A minha mulher tem um pequeno descampado anexo ao muro da casa, onde concentrou material de construção para vedação posterior. Vou fazer o meu cumbo e deleitar-me com o crescer das plantas sobrevivas. Já estou vacinado contra o vandalismo da vizinhança: chegam em hordas, arrancam as plantas pelo simples prazer de não deixar o vizinho ter plantas no canteiro ou atrás da casa. Não faz mal. O bem sempre vence!

Inspirado pela irmã Maria De Lurdes Bartolomeu, cuja estufa visitei este mês (Dezembro de 2021), e pela tia Judith Luacute que é apaixonada pelo verde (comestível), iniciei com duas bananeiras que gemiam asfixiadas dentro do quintal por falta de sol. Assim termina o meu 2021."

Três anos depois, chegados a 31 de Dezembro de 2024, confirmo termos comido vários cachos de banana de mesa e de banana-pão, ter alargado o cumbo, semeado milho, sorgo e quiabo, assim como plantado batateira, cana e várias frutícolas e hortícolas em crescimento e expansão, cuja relação permitiram-me alimentar a minha coluna, inicialmente "conversas milhonárias", no Jornal de Economia & Finanças.

A novidade, para 2025, é que o cumbo está a migrar do antigo descampado, agora vedado, para outro pequeno descampado atrás deste. Vamos continuar a contar estórias e partilhar conhecimento e agro-experiências.

Faço votos de que todos os possuidores de pequenos terrenos e quintais ganhem o gosto pelo plantio de árvores frutícolas e ervas comestíveis!

|1| pronuncia-se tchumbô.