Durante os dois dias de tolerância de ponto, decretada pelo Governo Provincial de Luanda, a propósito da visita do Presidente Biden Júnior a Angola, fiquei a apreciar o crescimento das minhas "amostras de milheiros e sorgo. Fora, felizes dias de chuva que está a transformar o castanho da terra fortemente calcada em verde crescente. E fiquei a pensar: Quais das duas sementeiras mais produz?
Procurando satisfazer a minha própria curiosidade e partilhar o achado com os leitores desta coluna, meti-me à colheita de informação técnica disponível, com maior pendor à literatura brasileira.
Antes importa referir que quer o milho quanto o sorgo, têm uma grande utilidade para a alimentação humana, animal e uso industrial. vejamos:
Enquanto alimento para o homem, o milho é usado como milho verde, milho em grão seco, farinha de milho e é ingrediente em muitos subprodutos processados como cereais matinais, pipoca, tortilhas, entre outros. Na indústria, serve para a fabricação de amido, óleos, xaropes e etanol (biocombustível), enquanto para uso animal é uma importante fonte de ração para o gado e outros animais.
O sorgo, por sua vez, é utilizado pelos homens na forma de farinha de sorgo para pães, bolos, mingaus, e outros produtos de panificação, especialmente em regiões onde o sorgo é uma cultura tradicional. Serve igualmente para a fabricação de xaropes de sorgo, bebidas fermentadas e biocombustíveis, sendo amplamente utilizado como forragem e ração animal devido ao seu valor nutricional.
pode ter uma sementeira mais densa, ou seja, mais plantas por hectare, o que pode contribuir para uma maior produção média, especialmente em condições menos favoráveis.
Já o milho requer espaçamentos maiores entre as plantas para garantir um bom desenvolvimento e rendimento. O sorgo possui maior tolerância à seca, o que permite uma produção mais consistente em regiões com escassez de água, ao contrário do milho que é mais sensível à carência hídrica e precisa de uma boa disponibilidade de água para alcançar altos rendimentos.
No que diz respeito à adaptabilidade ao clima, o milho é uma planta C4, o que significa que possui uma alta taxa fotossintética e responde bem ao aumento da intensidade luminosa. No entanto, é sensível a variações de temperatura e necessita de temperaturas ideais entre 24°C e 30°C para um bom desenvolvimento. O seu é altamente dependente da disponibilidade de água, temperatura e luz, podendo alcançar altos rendimentos de grãos em condições ideais.
O sorgo é uma planta, como se escreveu acima, mais resistente à seca e pode crescer em solos arenosos e de baixa fertilidade. Possui mecanismos eficientes de tolerância à seca e pode se recuperar rapidamente após períodos de seca. A temperatura ideal para o desenvolvimento do sorgo varia entre 16°C e 38°C.
O sorgo tem um rendimento menor do que o milho quando este semeado em condições ideais. Todavia, a sua resistência do sorgo à seca e a capacidade de crescer em solos menos férteis o tornam uma opção mais confiável em regiões com condições climáticas adversas como o sul de Angola e do território de Luanda, que é caracterizado por períodos de seca e temperaturas elevadas.
Publicado pelo JE&F
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