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terça-feira, 24 de dezembro de 2024

HÁ JÁ DOIS "NATAIS" QUE "CAI" BOI

_ Ó papá (minha mãe trata-me assim), vem ainda aqui! Quando o teu avô, o meu pai, morreu, caiu boi. Era Soba Grande do Kuteka. Quando o teu avô paterno, Ngana Muryangu, morreu, também caiu boi. Onde chegaste, é porque estamos na cidade, se estivéssemos no Kuteka, é mesmo para cair boi!


E a velha não disse nada mais. Levei o "recado/desafio" por algum tempo até que o mano Lauriano Tchoia me sugeriu a constituição de uma cooperativa de criação de bovinos. Sem fazer cálculos das vantagens e riscos dos económicos, aderi. Já tivemos menos do que temos actualmente. As quotas mensais estão a caminho do passado e há já dois "natais" que os dentes exercitam "carne com vinho de 14°. Caiu (mais um) boi!

sábado, 21 de dezembro de 2024

TAMAREIRA

Há uma lenda que diz que "quem planta tamareira não colhe tâmara". Isso não me preocupa. Na minha região acontece algo semelhante com as laranjeiras e tangerineiras. Dizem que "demora muito para entrar em produção" (plantas nativas não enxertadas). O que tenho dito aos meus coetâneos, quando vou à aldeia, é que se os nossos avós e pais não tivessem plantado laranjeiras, não estaríamos hoje a colhê-las.

Assim, plantei uma tamareira para os meus bisnetos colherem tâmaras. Há também novos relatos que apontam que espécies melhoradas podem entrar em produção entre 4 e 8 anos após o plantio. O tempo exacto pode variar dependendo das condições de crescimento, cuidados e da variedade da tamareira.
As tâmaras são importantes para os seres humanos por várias razões: são uma fonte nutritiva rica, contendo vitaminas, minerais, fibras e energia concentrada. Além disso, as tâmaras têm propriedades antioxidantes e podem ser uma alternativa natural de adoçante.
Culturalmente, as tâmaras são consumidas em diversas partes do mundo e desempenham um papel significativo em várias cozinhas tradicionais. Além disso, são frequentemente consumidas durante o Ramadão em muitas culturas islâmicas.
Economicamente, a produção de tâmaras é uma importante indústria agrícola em regiões propícias ao cultivo de tamareiras, fornecendo meios de subsistência para comunidades e contribuindo para a economia.

Publicado pelo JE&F de 02.02.24

quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

MILHO E SORGO: QUAL RENDE MAIS?

Durante os dois dias de tolerância de ponto, decretada pelo Governo Provincial de Luanda, a propósito da visita do Presidente Biden Júnior a Angola, fiquei a apreciar o crescimento das minhas "amostras de milheiros e sorgo. Fora, felizes dias de chuva que está a transformar o castanho da terra fortemente calcada em verde crescente. E fiquei a pensar: Quais das duas sementeiras mais produz?

Procurando satisfazer a minha própria curiosidade e partilhar o achado com os leitores desta coluna, meti-me à colheita de informação técnica disponível, com maior pendor à literatura brasileira.
Antes importa referir que quer o milho quanto o sorgo, têm uma grande utilidade para a alimentação humana, animal e uso industrial. vejamos:
Enquanto alimento para o homem, o milho é usado como milho verde, milho em grão seco, farinha de milho e é ingrediente em muitos subprodutos processados como cereais matinais, pipoca, tortilhas, entre outros. Na indústria, serve para a fabricação de amido, óleos, xaropes e etanol (biocombustível), enquanto para uso animal é uma importante fonte de ração para o gado e outros animais.
O sorgo, por sua vez, é utilizado pelos homens na forma de farinha de sorgo para pães, bolos, mingaus, e outros produtos de panificaçãoespecialmente em regiõeonde o sorgo é uma cultura tradicional. Serve igualmente para a fabricação de xaropes de sorgo, bebidas fermentadas e biocombustíveis, sendo amplamente utilizado como forragem e ração animal devido ao seu valor nutricional.
Qual, entãoentre as duas gramíneas, produz mais? 
pode ter uma sementeira mais densa, ou seja, mais plantas por hectare, o que pode contribuir para uma maior produção média, especialmente em condições menos favoráveis.
Já o milho requer espaçamentos maiores entre as plantas para garantir um bom desenvolvimento e rendimento. O sorgo possui maior tolerância à seca, o que permite uma produção mais consistente em regiões com escassez de água, ao contrário do milho que é mais sensível à carência hídrica e precisa de uma boa disponibilidade de água para alcançar altos rendimentos.

No que diz respeito à adaptabilidade ao clima, o milho é uma planta C4, o que significa que possui uma alta taxa fotossintética e responde bem ao aumento da intensidade luminosa. No entanto, é sensível a variações de temperatura e necessita de temperaturas ideais entre 24°C e 30°C para um bom desenvolvimento. O seu é altamente dependente da disponibilidade de água, temperatura e luz, podendo alcançar altos rendimentos de grãoem condições ideais.

O sorgo é uma planta, como se escreveu acima, mais resistente à seca e pode crescer em solos arenosos e de baixa fertilidade. Possui mecanismos eficientes de tolerância à seca e pode se recuperar rapidamente após períodos de seca. A temperatura ideal para o desenvolvimento do sorgo varia entre 16°C e 38°C.
O sorgo tem um rendimento menor do que o milho quando este semeado em condições ideais. Todavia, a sua resistência do sorgo à seca e a capacidade de crescer em solos menos férteis o tornam uma opção mais confiável em regiões com condições climáticas adversas como o sul de Angola e do território de Luanda, que é caracterizado por períodos de seca e temperaturas elevadas.

sábado, 7 de dezembro de 2024

A VIDEIRA


É a planta que produz uvas e tem origens antigas, sendo cultivada há milhares de anos no Oriente Médio e em algumas regiões da Europa e África (em Angola, destaque ao Libolo, Namibe e Huila). O tempo de vida da uma videira pode variar, mas muitas são produtivas por muitas décadas. A videira prospera em climas temperados e requer solo bem drenado e exposição solar adequada.

Os seus benefícios para o homem incluem a produção de uvas para consumo directo, sumos, vinhos e subprodutos como passas. Além disso, o cultivo da videira desempenha um papel importante na economia agrícola e na preservação de áreas verdes, contribuindo para a biodiversidade. O vinho, em particular, tem sido associado a alguns benefícios à saúde quando consumido com moderação, devido aos antioxidantes presentes.
Temo-la em Viana e no Zango (Luanda)