Durante anos, uma longaneira cresceu sob o nome errado, confundida com o safueiro — árvore de frutos escuros e polpa doce, nativa das florestas tropicais da África Ocidental. Ofertada por uma amiga militar, a longaneira floresceu e multiplicou-se em quintais de Viana, Zango 5 mil, Munenga e no Polo Industrial, como quem espalha raízes de afeto e persistência.
Mas o verdadeiro safueiro (Dialium guineense), também conhecido como tamarindo-preto ou pau-veludo, parecia esquivo. Até que, num gesto de amizade e cumplicidade, o jornalista Miguel Daniel transformou uma promessa deixada num comentário de Facebook em realidade: três exemplares em vasos, ainda a curar do estresse de um dia trancados na viatura, aguardam o momento de serem lançados à terra firme.
Originário da faixa tropical que vai do Senegal ao Congo, o safueiro é uma árvore de copa densa e madeira dura, usada na construção e na produção de carvão. Seus frutos, pequenos e arredondados, têm casca negra e polpa doce-acidulada, rica em antioxidantes, ferro, vitamina C e fibras. São consumidos ao natural ou em bebidas, e usados na medicina tradicional contra febres, diarreias e inflamações.
O tronco, de madeira pesada, é valorizado na carpintaria e como lenha de longa duração. A árvore também contribui para a fertilidade do solo, graças à sua simbiose com bactérias fixadoras de nitrogénio.
Mais do que uma planta, o safueiro é símbolo de reencontro com a terra, com a memória e com a promessa cumprida. Que floresça, cresça e frutifique — como a amizade que o trouxe.

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