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terça-feira, 1 de julho de 2025

ALECRIM

"Alecrim, aleceim dourado que nasceu no campo sem ser semeado..." Rosmarinus officinalis. Esse nome diz-lhe algo? O meu primeiro contacro com o nome terá sido em 1984 ou 85 na EBF - Escola Bíblica de Férias - na Igreja Metodista Unida. Embora cantasse eufórico e me lembre da canção até hoje, não sabia o que era, nem para que servia, até que passei a estudar as plantas da minha infancia, da minha horta e do meu imaginário.

Alecrim, (Rosmarinus officinalis de nome científico) é uma erva aromática originária da região do Mediterrâneo, porém cultivado em muitas partes do mundo devido à sua adaptabilidade a diferentes climas. É geralmente cultivado em áreas com climas quentes e secos, como o Mediterrâneo, sul da Europa, norte de África, Califórnia e partes da América do Sul.

O alecrim é amplamente utilizado na culinária devido ao seu sabor e aroma distintos, sendo uma erva versátil que complementa uma variedade de pratos, desde carnes até legumes e pães. Além disso, possui benefícios medicinais, incluindo propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e estimulantes do sistema imunológico. Pode ser usado também em produtos de cuidados pessoais, como óleos essenciais e shampoos, devido às suas propriedades aromáticas e terapêuticas.

Temos um exemplar que se mostra ter adapatado ao solo e clima vianense.

terça-feira, 17 de junho de 2025

A GAJAJEIRA

A estória do "xixi que me atrasou seis anos" está ligada à da minha ligação afectiva à gajaja.

Quem passa pela Pousada do Nagana Mbubdu (Walter Kruk), também conhecida como Pousada da Mukonga, na EN 120, comuna da Munenga, Lubolu, ainda encontra a gajajeira que oferecia sombra aos vários passageiros das carreiras da Viriatos, EVA, ETP e ETIM, nos anos setenta e oitenta do século passado.

Naquela que seria e minha primeira viagem a Luanda (1978), anulada por causa de um maldito xixi nos calções, tínhamos chegado (minha mãe e eu) até ao Ngana Mbundu para apanhar um machimbombo até Luanda, tive o contacto mais directo com a árvore e suas frutas.

Já tinha, antes, provado o sabor doce e ácido da gajaja, mas nunca tinha desfrutado de forma intensa do seu cheiro característico e de sua sombra. Tenho hoje a gajajaeira como uma de minhas árvores de eleição e que tenho tentado (ainda sem logro) ter em casa.


A gajajeira é uma planta tropical, também conhecida como cajazeira e tem o nome científico de Spondias mombin. Originária da América tropical, é comumente encontrada em áreas tropicais da América Central e do Sul, incluindo a África Tropical. A gajajeira prospera em climas quentes e húmidos, preferindo temperaturas entre 25°C e 35°C e requer uma estação seca bem definida (como o nosso cassimbo) para a frutificação. A gajajeira é adaptável a uma variedade de solos, desde que sejam bem drenados.

A gajajeira pode adaptar-se bem ao clima de Luanda,  desde que receba os cuidados adequados e esteja protegida contra geadas e ventos fortes que podem prejudicar o seu crescimento. Por isso mesmo, plantámos (estaquia) três emplares, no Zango e Vila de Viana, que esperamos venham a germinar.

A fruta, gajaja, tem diversas utilidades, sendo consumidos frescos, usados na produção de sucos, geleias e sorvetes, e também são frequentemente utilizados na produção de doces e licores. Além disso, as suas folhas são utilizadas na medicina popular para o tratamento de diversas condições, como diarreia e inflamações.9

Os benefícios para o homem incluem o fornecimento de uma fonte de alimento nutritivo, rico em vitaminas A e C, além de minerais como cálcio, fósforo e ferro. A gajaja também é importante para a economia local, proporcionando renda para agricultores e contribuindo para a diversificação da produção agrícola. Além disso, o cultivo da gajajeira pode ajudar na preservação ambiental, já que a árvore pode ser utilizada para restauração de áreas degradadas e contribuir para a manutenção da biodiversidade.

sábado, 31 de maio de 2025

O MANJERICÃO

O nome sempre me soou bem. As mulheres que gostam de cozinhar e os chefes nos hoteis têm-no sempre à mão. Porém, custou tê-lo em casa, até que, passando por uma local turístico na Konda, Kwanza-Sul, pode obter um pequeno ramo que cuidei durante três dias de viagem para que chegasse vivo. Sob cuidados especiais, a erva adaptou-se ao clima e solo do Zango IV, estando a expandir-se com ramos já "emprestados" entre Viana e Prenda.


O manjericão é uma erva aromática bastante versátil e adaptável. Prefere temperaturas quentes e solos bem drenados. Dado que Luanda possui um clima tropical húmido, o manjericão pode prosperar bem, desde que receba bastante luz solar e seja regado regularmente, evitando encharcamento do solo.

O manjericão é amplamente utilizado na culinária para adicionar sabor e aroma aos pratos, especialmente em molhos, saladas, massas e pratos à base de tomate. Além disso, o manjericão também tem propriedades medicinais, sendo utilizado na medicina tradicional para tratar problemas digestivos, inflamações e até mesmo como repelente de insetos.

Entre os benefícios do manjericão, destacam-se suas propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e antibacterianas, que podem ajudar a promover a saúde geral do corpo e fortalecer o sistema imunológico. Além disso, seu aroma pode ajudar a reduzir o estresse e promover uma sensação de calma e relaxamento.

Quer tentar? Basta um vaso com terra humificada, bem drenado e exposto à luz.

sexta-feira, 16 de maio de 2025

A MUNGUBA OU CASTANHEIRA


Às vezes a encontramos em casas e fazendas (mais) como árvore decorativa, usada para matar a saudade ou marcar o engodo por plantas raras. De minhas largas caminhadas por cidades, vilas e fazendas não a encontrei (ainda) plantada em grande escala e com aproveitamento económico, embora seja uma planta facilmente adaptável aos climas angolanos e que, se plantada em quantidade, pode proporcionar boas colheitas com destino o mercado. Acompanhe a descrição:

Também conhecida como castanha-do-marajó, a munguba (pachira aquatica, de nome científico) é uma árvore nativa da Amazônia, pertencente à família das Bombacáceas. A semente da munguba é comestível e possui um sabor semelhante ao da castanha, daí o seu nome alternativo "castanha-do-pará". Ela é utilizada na culinária regional e também na produção de óleos e cosméticos. Além disso, a madeira da árvore é utilizada na fabricação de móveis e embarcações.

A munguba oferece diversos benefícios para os seres humanos, tais como:

1. As sementes da munguba são ricas em proteínas, fibras e gorduras saudáveis, fornecendo nutrientes essenciais para o corpo humano.

2. Devido ao seu teor de gorduras saudáveis, as sementes de munguba podem fornecer energia sustentada ao longo do dia.

3. As gorduras presentes nas sementes da munguba, como os ácidos graxos insaturados, podem ajudar a promover a saúde cardiovascular, reduzindo o risco de doenças cardíacas.

4. A munguba contém compostos antioxidantes que ajudam a combater os danos causados pelos radicais livres no corpo, contribuindo para a saúde celular e o envelhecimento saudável.

5. O óleo extraído das sementes da munguba é rico em ácidos graxos essenciais e vitaminas que ajudam a manter a saúde da pele e do cabelo, podendo ser usado em produtos cosméticos.

6. As sementes da munguba são uma boa fonte de fibras, que são importantes para a saúde digestiva, ajudando na regulação do trânsito intestinal e na prevenção de problemas como a constipação.

7. Em algumas culturas, a munguba é usada na medicina tradicional para tratar uma variedade de condições, como problemas digestivos, inflamações e infecções.

Embora a munguba ofereça diversos benefícios à saúde, deve ser consumida com moderação e como parte de uma dieta equilibrada.

A planta prospera em climas tropicais húmidos, preferencialmente onde haja temperaturas elevadas e chuvas bem distribuídas ao longo do ano, como as florestas tropicais. Os solos, embora húmidos devem estar drenados.

A árvore de munguba começa a produzir sementes comestíveis entre 4 a 8 anos de idade, dependendo do tipo de clima, solo e tratamento. Possuindo Luanda um clima tropical húmido, com temperaturas elevadas ao longo do ano e uma estação chuvosa bem definida, a planta desenvolve-se com facilidade e pode entrar em produção precocemente.

Possuo uma castanheira (mungubeira) no Zango IV que entrou em produção em menos de 3 anos de plantio. Se quiser seguir-me o exemplo, atenda ao seguinte:

Certifique-se de que o solo esteja bem drenado e rico em matéria orgânica. A munguba prefere solos férteis e profundos.

A mungubeira tolera períodos curtos de seca. Porém, é importante irrigá-la adequadamente durante os períodos de estiagem prolongada, sobretudo nos primeiros anos de crescimento.

A planta jovem é sensível a ventos fortes. Plante as mudas em áreas protegidas ou use quebra-ventos para reduzir os danos causados pelo vento.

Faça o controle de pragas para detectar sinais de infestação e, se tal acontecer, use inseticidas ou fungicidas.

Fertilize a planta regularmente com adubos orgânicos ou químicos balanceados para promover um crescimento saudável e uma boa produção de frutos.

Realize podas regulares para remover galhos secos ou danificados, promovendo o crescimento vigoroso da planta.

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Publicado no JE&F de 29.03.24

sábado, 3 de maio de 2025

MANGUSTÃO

É uma fruta tropical conhecida e admirada pelo seu sabor doce e levemente ácido. É originária do Sudeste Asiático e popular em muitas regiões tropicais do mundo, embora não muto conhecida em Angola.

O mangustão tem uma casca roxa espessa e dura. A sua polpa é branca, suculenta e dividida em segmentos. A fruta é, muitas vezes, chamada de "rainha das frutas" devido ao seu sabor delicado e propriedades nutritivas. Além disso, o mangustão é rico em antioxidantes, vitaminas e minerais.
Procedente da China, a caminho de Luanda, a minha colega Lídia Lopes provocou-me, num dos hotéis de Dubai em que tomávamos o pequeno-almoço a provar o mangustão.
Em princípio, a minha resposta tendia para o "não", tendo sido convencido pela réplica dela quando a perguntei se "a fruta tinha sementes". Provei a fruta e levei algumas sementes no bolso, andando perdidas meses na mala. Descobertas, levei-as a um vaso e tenho uma muda de mangustão que, se chegar à vida adulta, terá (no meu pequeno pomar caseiro) o nome dela. Lídia!
Para o bom desenvolvimento e produtividade do mangustão, são essenciais os seguintes fatores ambientais:

Clima: tropical quente e húmido. Requer temperaturas entre 25°C e 35°C e não tolera geadas ou temperaturas abaixo de 4°C.

Precipitação: a planta necessita de alta umidade e uma precipitação anual entre 1.500 mm e 2.500 mm, distribuída ao longo do ano. Humidade constante é crucial, especialmente durante os primeiros anos de crescimento.

Solo: os ideais são os profundos, ricos em matéria orgânica e bem drenados. O pH do solo deve estar entre 5,5 e 6,8. Solos muito argilosos ou arenosos devem ser evitados.

Sombreamento: o mangustão precisa de sombreamento parcial nos primeiros anos de vida. Árvores mais maduras podem tolerar pleno sol, mas sombra moderada pode ser benéfica.

Espaçamento e poda: as árvores precisam de espaço suficiente para crescer, com espaçamento de aproximadamente 8 a10 metros entre elas. A poda regular ajuda a manter a forma da árvore e a promover a circulação de ar.

Drenagem: a drenagem adequada é essencial para evitar a podridão das raízes, uma vez que o mangustão é sensível ao encharcamento.

Manutenção: rega regular, controle de pragas e doenças, além da adubação adequada, são práticas cruciais para garantir a saúde e a produtividade da planta.

Com esses cuidados, o mangustão pode desenvolver-se bem em Angola, produzindo frutos de alta qualidade.
Eu estou a tentar e você também pode!

sexta-feira, 25 de abril de 2025

UMA JABUTICABEIRA EM VIANA

Em 2020 ganhámos duas jabuticabeiras que haviam sido plantadas no parque da Kam&mesa, no Zango IV. Quando decidi criar galinhas-do-mato", Numida meleagris, como animais de estimação, essas provaram a seiva das árvores, ainda jovens, e debicaram a casca toda, provocando a seca das plantas. É que a "vida da planta" circula pela casca e não pelo tronco.

A Jabuticabeira é uma planta típica do Brasil, originária da Mata Atlântica. A fruta, jabuticaba, cresce diretamente no tronco e nos galhos da árvore e tem uma casca escura e uma polpa branca ou rosada, com sabor adocicado e levemente ácido. É muito apreciada in natura, em sumos, geleias e licores.

A jabuticabeira adapta-se a diferentes tipos de solo e climas, desde que não sejam extremamente frios. Luanda, com o seu clima tropical húmido, pode proporcionar um ambiente favorável para o cultivo da jabuticabeira.

Geralmente, a jabuticabeira plantada a partir de semente leva de 5 a 10 anos para começar a frutificar. No entanto, o período pode variar dependendo das condições de cultivo e do tipo de jabuticabeira.

Os benefícios da jabuticaba para o homem incluem:

1. Rica em antioxidantes: A jabuticaba é uma excelente fonte de antioxidantes, que ajudam a combater os danos causados pelos radicais livres no corpo.

2. Fonte de vitaminas e minerais: É rica em vitamina C, vitamina A, potássio, ferro e cálcio, que são nutrientes essenciais para a saúde.

3. Auxilia na saúde cardiovascular: Seu consumo regular pode ajudar a reduzir o colesterol ruim (LDL) e aumentar o colesterol bom (HDL), além de contribuir para a saúde do coração.

4. Fortalece o sistema imunológico: Devido ao seu alto teor de vitamina C, a jabuticaba pode fortalecer o sistema imunológico, ajudando o corpo a combater infecções e doenças.

5. Ação anti-inflamatória: Alguns estudos sugerem que os compostos presentes na jabuticaba possuem propriedades anti-inflamatórias, podendo ajudar no alívio de inflamações no corpo.

No entanto, é importante consumir a jabuticaba com moderação, pois ela também contém açúcar naturalmente presente na fruta.

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Publicado a 12 de Julho de 2024 pelo JE&F

sexta-feira, 4 de abril de 2025

BAMBU

Em 2007 "comprei" uma parcela de terra no bairro Vila Nova, em Viana (Luanda) que apresentava propensão para enravinamento , pois está situando à beira da vala que conduz as águas pluviais e urbanas (de Viana) à Lagoa de Terembembe.

Conhecendo as propriedades estabilizadoras de solos do bambu, decidi levar de Catoca, Lunda Sul, uma porção de mais ou menos 40 centímetros em uma mochila que, sob cuidados de rega, germinou e se está a reproduzir em grande escala, sendo "resgatário" de vizinhos e outros interessados em estabilizar solos ou formar uma cortina contra poeiras e ventos.

O bambu é uma planta de origem asiática, conhecida por suas propriedades versáteis e sustentáveis. A Sua importância na estabilização de solos e na criação de ambientes propícios para o crescimento está relacionada a vários fatores:
1. Raízes robustas: O sistema radicular do bambu é extenso e eficaz na prevenção da erosão do solo. As raízes ajudam a estabilizar encostas e margens de rios, reduzindo os riscos de deslizamentos de terra.
2. Crescimento rápido: O bambu é uma planta de crescimento rápido, o que o torna uma escolha eficaz para a rápida cobertura do solo e a proteção contra a erosão. Sua capacidade de regeneração é notável.
3. Fixação de carbono: O bambu é uma cultura eficiente na fixação de carbono atmosférico. O rápido crescimento e a absorção de dióxido de carbono contribuem para a redução dos gases de efeito estufa.
4. Material de construção sustentável: Além de suas propriedades no ambiente natural, o bambu é valorizado como um material de construção sustentável. Sua resistência e leveza tornam-no adequado para uma variedade de aplicações, desde construções simples até estruturas mais elaboradas.
5. Biodiversidade: O cultivo de bambu pode promover a biodiversidade, oferecendo habitats para várias espécies. Suas folhas caídas podem enriquecer o solo, contribuindo para um ecossistema equilibrado.
Ao utilizar o bambu para a estabilização de solos, plantio de cortinas corta-vento ou para promover um ambiente propício para o crescimento, os benefícios ambientais e sustentáveis são evidentes. Tente.